domingo, 15 de setembro de 2013

Modernismo e a Canção do Exílio






                O modernismo surgiu após o período simbolista, tendo seu marco na semana de
arte moderna em São Paulo, Brasil. Surgiu tanto como fruto de inquietações e revoltas de diversos artistas (pintores, músicos e, principalmente escritores), quanto das transformações sócio-culturais e econômicas por que passava o Brasil no início do século XX. As características poéticas deste período é mais descontraída, também colocando como enfoque elementos da cultura brasileira, assim como a obra de Gonçalves Dias que trás elementos relacionados a nacionalidade, uma linguagem aproximada, considerado o verdadeiro criador da literatura nacional, por isso é um autor tão importante para a nossa literatura. A Canção do Exílio representa beleza na simplicidade, fuga ao adjetivo. É de Gonçalves Dias o mérito de ser o primeiro dos autores brasileiros que conseguiu criar uma obra esteticamente válida, fundamentada na nacionalidade.

              O nacionalismo de Gonçalves Dias não  traduziu apenas o sentimento de saudade um jovem exilado em Coimbra. O poeta falou de emoções universais profundas, transcendo espaço e tempo: seu lirismo interno abriu caminhos na sensibilidade do século XIX, perpetuando-se até nossos dias. É certo que novas formas de expressão foram trabalhadas, novos movimentos literários, após o Romantismo, mas a "Canção do Exílio", escrita em 1843, estabeleceu-se com grande inspiração, inspirando poetas de  diversas épocas.



Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo_no_Brasil
http://equipebelleepoque.blogspot.com.br/2010/09/cancao-do-exilio.html
https://www.google.com.br/search?hl=en&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=1366&bih=587&q=semana+de+arte+moderna&oq=semana+de+&gs_l=img.3.1.0l10.609.3338.0.5347.12.12.0.0.0.0.321.1865.5j3j3j1.12.0....0...1ac.1.26.img..3.9.1126.TQ6bhtZ0Jcs#facrc=_&imgdii=_&imgrc=2iluq12gHvP20M%3A%3BqDFwCS-B6VQf7M%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.baurupocket.com.br%252Fbaurupocketmap%252Fbanco_imagem%252Fimages%252Fnoticias%252Fsemana-de-arte-moderna-1922-tvflash.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.baurupocket.com.br%252Fconteudo%252F%253FidConteudo%253D999%3B370%3B208
http://www.brasilescola.com/literatura/modernismo.htm
http://rachacuca.com.br/educacao/literatura/modernismo-no-brasil/

Acesso em 15 de setembro de 2013


Análise "SÁBIA" – Chico Buarque e Tom Jobim



O SÁBIA – Chico Buarque e Tom Jobim




Nos Anos 60 era através da música que se criticava a ordem social, política e econômica. A Bossa Nova inovava por introduzir na música brasileira compassos novos e a influência do jazz. Mas a questão não estava relacionada somente a música, pois uma parte dos compositores dessa época eram bem politizados e era também o período da ditadura, o que em si já chamava a atenção do povo para os fatos políticos do país. Nessa época surge o tropicalismo (totalmente irreverente e anárquico). 
A canção Sábia foi recriada em cima da Canção do Exílio de Gonçalves. Na canção Sábia a ideia do exílio tem um significado político e se refere a "uma sabiá" e a uma "palmeira" que já não mais existe, há várias referências que nos levam a Canção do Exílio, como as palavras sabiá e palmeira, e ao mesmo tempo é uma crítica política a ditadura militar.
As palavras "noite" e "dias" que aparecem em "Sabiá", nos remete a da ditadura e ao tempo sombrio, mas também a esperança de tempos que ainda estão por vir.
O poeta conclui sua composição relembrando as dificuldades que teve que suportar durante algum tempo, tantos eram os problemas que se apresentavam, mas não conseguiu. Ele termina afirmando seu  o amor à pátria:

Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer

Na música “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque, estamos diante de um “eu” que vive um exílio forçado. Apesar de reconhecer que os valores de sua terra foram destruídos, esse “eu” insiste em querer voltar, na esperança que um novo tempo volte:

Vou voltar
Vou deitar à sombra de uma palmeira
que já não há
Colher a flor que já não dá
E algum amor, talvez possa encontrar
As noites que eu não queria
E anunciar o dia
Vou voltar (…)


A cada momento de crise nacional, precisamos retomar os nossos valores nacionais. E foi isso que Chico e Tom Jobim fez compondo Sábia: retomou os valores nacionais que também estão claros na Canção do Exílio de Gonçalves Dias, que devem ser lembrados sempre, inclusive nessa fase de manifestações em todos os lugares do Brasil.


Chico Buarque e Tom Jobim cantando Sábia, emocionante.


Sabiá

Vou voltar!
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir
Cantar uma Sabiá...
Vou voltar!
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira que já não há
Colher a flor que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que eu não queria
E anunciar o dia...
Vou voltar!
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer..


Fontes:
Texto: As Canções do Exílio, Ulisses Infante, p. 72-89.
Sites:
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiwfy4m9ONfJAzjpHpnZXqbe3zX1pStnapbISx3O8jATkxaSBz0QsslRnWo6m95Ch-5Q93mTSyqjA00JXcrUFKIu7MCQWRtcoPuT_Zj6YeNNbJXEnUHXaTKE9Ml7B3ILxUt20p2jLrN0Rg/s400/Tom+Jobim+48.jpg
Acesso em 14 de setembro de 2013.

Análise "Nova Canção do Exílio" - Carlos Drummond




Carlos Drummond - Nova Canção do Exílio



Carlos Drummond de Andrade, poeta da geração de 30, também escreve a sua Nova canção do exílio, em 1945, no qual possibilita o conhecimento da nossa pátria. Em forma de prosa Drummond  reflete em seu poema sobre a distância da felicidade que está  concretizada em sua  terra natal, retrata uma forma de Exílio ,não físico mas mental ao ver também as destruições que o progresso  causa a natureza brasileira. O poeta trás a imagem do sabiá e da palmeira para idealizar um lugar indeterminado. Notamos ao longo do poema, o seguinte trecho: “um sabiá, na palmeira, longe” e surge uma indeterminação: de qual sabiá? Em que palmeira? Longe onde? Drummond associa o amor ao seu país ao idealizar lugares e símbolos à terra natal: "onde tudo é belo / e fantástico: / a palmeira, o sabiá, / o longe. Drummond conclui seu poema com a ideia de "esperança" ao voltar para um tempo e um espaço relembrados de forma idealizada, que  são representadas pela palmeira e o mesmo "sabiá" da "Canção do Exílio".





Nova Canção do Exílio

Um sabiá na 
palmeira, longe. 

Estas aves cantam 
um outro canto.  
O céu cintila 
sobre flores úmidas. 
Vozes na mata, 
e o maior amor. 

Só, na noite, 
seria feliz: 
um sabiá, 
na palmeira, longe. 

Onde tudo é belo 
e fantástico, 
só, na noite, 
seria feliz. 
(Um sabiá na palmeira, longe.) 

Ainda um grito de vida e 
voltar 
para onde tudo é belo 
e fantástico: 
a palmeira, o sabiá, 
o longe.



Fontes:

http://anhangueraletras2009.blogspot.com.br/2010/11/analise-semantica-da-cancao-do-exilio.html
http://ninitelles.blogspot.com.br/2011/08/as-varias-cancoes-do-exilio-6-carlos.html
http://soumaisenem.com.br/portugues/generos-textuais/os-tipos-de-intertextualidade-parte-1

Acesso em 14 de setembro de 2013.

Quadrinho - Canção do Exílio versus crítica ao desmatamento



Canção do exílio e algumas releituras


Abaixo você confere algumas releituras de grandes poetas:

CANÇÃO DO EXÍLIO
(Gonçalves Dias)

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem que ainda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(In Primeiros Cantos, 1846)


CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA
(Oswald de Andrade)

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que eu veja a rua 15
E o progresso de São Paulo
(In Pau-Brasil, 1925)


CANÇÃO DO EXÍLIO
(Murilo Mendes)

Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas são mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
(In Poemas, 1930)


NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO
(Carlos Drummond de Andrade)

Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde tudo é belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
(In A Rosa do Povo, 1945)



Fonte: http://parameusalunos.blogspot.com.br/2008/10/cano-do-exlio-e-algumas-releituras.html
Acesso em 12 de setembro de 2013.

sábado, 14 de setembro de 2013

Um pouco mais de Gonçalves Dias

Biografia de Gonçalves Dias





O poeta Antônio Gonçalves Dias, que se orgulhava de ter no sangue as três raças formadoras do povo brasileiro (branca, indígena e negra), nasceu no Maranhão em 10 de agosto de 1823. Em 1840 foi para Portugal cursar Direito na Faculdade de Coimbra. Ali, entrou em contato com os principais escritores da primeira fase do Romantismo português.

Em 1843, inspirado na saudade da pátria, escreveu "Canção do Exílio".

No ano seguinte graduou-se bacharel em Direito. De volta ao Brasil, iniciou uma fase de intensa produção literária. Em 1849, junto com Araújo Porto Alegre e Joaquim Manuel de Macedo, fundou a revista "Guanabara".

Com o objetivo de mudar de vida, embarca novamente para a Europa, onde passa uma temporada. Com a saúde abalada, ele resolve, anos mias tarde, voltar ao Brasil. Na viagem, porém, morre no naufrágio do navio Ville de Boulogne, em 1864, próximo ao Maranhão.

Se por um lado deve-se a Gonçalves de Magalhães a introdução do Romantismo no Brasil, por outro, deve-se a Gonçalves Dias a sua consolidação. Isso porque o poeta trabalhou com maestria todas as características iniciais da primeira fase do Romantismo brasileiro. De sua obra, geralmente dividida em lírica, medieval e nacionalista, destacam-se "I-juca Pirama", "Os Tibiramas" e "Canção do Tamoio".



Fonte:http://www.sohistoria.com.br/biografias/goncalves/ 

Acesso em 13 de setembro de 2012.

POEMA FALADO - CANÇÃO DO EXÍLIO